quinta-feira, 26 de março de 2015

Uma loja para brancos. É esta a mensagem da fachada da loja Havan em Parauapebas

HAVEN
O império do racismo ataca!


LOJA HAVAN





Não conseguimos entender como se fosse do nada, uma enorme e inútil construção começou a tomar forma e ato na entrada de Parauapebas e, findos de 2014. Uma gigantesca construção, feita em tempo recorde para as “fabulosas vendas de natal de Parauapebas”. Que decepção! Inaugurada como um palácio branco, apenas com modelos brancos e familiares na sua imensa e desajeitada fachada, diga-se de passagem sem nenhuma arte arquitetônica, apenas reproduzindo o design caipira do interior dos estados unidos, o paraíso de impôs no cenário m de uma cidade maldita e em vias de extinção. Excluindo declaradamente todos os não brancos a não pisarem em seu solo, pois ali é um templo de compras da elite branca da cidade. Que equivoco: seus marqueteiros nem imaginam que Parauapebas é uma cidade não branca,  moldada com o suor e lágrimas de maranhenses  pobres e sulistas desgarrados, mineiros acostumados ao duro e ao pouco oferecido pela fartura de trabalho. E mulata, e índia, e negra e definitivamente não branca, mas o monstrengo branco insiste em todos os olhos, em apontar qual cliente deve entrar para comprar. O movimento negro nos procurou para peticionar a empresa numa mudança de atitude e aceitação, alertando-a que aqui é Parauapebas e não a Georgia ou a Carolina do  Sul...Rsrsrsrs.  Empresários burros.

Mas o que nos motiva a escrita é o tremendo erro estratégico, de logística, politico, econômico e financeiro para uma empresa desse porte vir se instalar numa cidade a beira da falência, com suas contas publicas atrasadas desde setembro 2014 e com sua população em  crescente depauperamento, com as famílias endividadas até o pescoço e recorde absoluto de placas desesperadas e aniversariantes de VENDE-SE, ALUGA-SE em toda a planta urbana.

Como pode uma empresa com conselho de administração, relatórios de imobilizações e investimentos, estudos de população e praças em alavancagem financeira e populacional errar tanto a ponto de se instalar numa cidade praticamente morta? E num local fora de qualquer possibilidade de venda, em ambiente de claro e criminoso mote ambiental, com certeza sem preocupações em infraestrutura básica tais como esgoto decente, agua, licenças de construção e ambientais, porque não deu tempo de obtê-las seguramente por se apropriar de ambiente de corrupção e troca de favores?
Lamentamos profundamente a situação e torcemos para que empreendedores desse modus operante sumam de Parauapebas. Se não for possível trazer decência e compromisso ambiental, bastam a VALE, bastam o Partage. Todo o comercio local esta sofrendo com inadimplência e esgotamento econômico da população. Com tanta possibilidade de acertar a HAVAN vem embolar ainda mais sua lucratividade e a existência de seus concorrentes locais... faltava mais esta.

Assustador é o fato de sua equipe de “alto desempenho e conhecimento econômico” não ter encomendado estudos suplementares a EXCLUSIVA CONSULTORIA, a empresa de  maior expertise quando o tema é a economia e o desenvolvimento  econômico e social de Parauapebas. Certamente escudaram-se nos estudos comprometidos da Delloite , do antigo Paulo Haddad e dos anjos alvissareiros da VALE. Um bando de mentirosos.

Não tem futuro para grandes lojas aqui. Todos os dados estão furados, foram obtidos de carona na politica apartidária e ufanista do PT ou na base da extrapolação, de doutores que acreditam na safra eterna da mineração. Parauapebas mudou. Esta lá atrás o momento reestruturante. Daqui para frente é apenas o declínio econômico. Teremos ainda por um, dois anos a supremacia da produção mineral, que ira decaindo, os repasses do CEFEM decrescentes, as demais receitas de produção ou prestação de serviços diminuindo e os custos de investimentos e custeios aumentando.  No tempo  certo os investimentos cessarão, impedidos pelo estagnação econômica da cidade e todas as entradas servirão apenas para o custeio da pesada e ineficiente máquina burocrática. Dependeremos mais e mais do governo central, estadual e federal. Novos gestores se adaptarão aos novos tempos.

A cidade não vai acabar, já tem vida própria. Porem totalmente diferente  da Parauapebas que conhecemos. As casas agora a venda ou para alugar estarão abandonadas. Os grandes loteamentos que inflaram a planta urbana  serão cidades desertas – seu proprietários e inquilinos estarão saindo da cidade em oitavo ou decimo refluxo populacional, em busca de trabalho e renda. Esta inflação decairá naturalmente com outros meios substituindo os atuais.

Se houver lideranças  visionarias – e cobro este papel   da ACIP e/ou CDL – estaremos implantando uma nova possibilidade: um distrito industrial sustentável. Composto por áreas industriais de suporte ao consumo das prefeituras locais, de materiais recicláveis e de geração e manutenção de energia sustentáveis. A câmara dos vereadores terá votado leis que regulam a produção  mineral – no quesito qualidade e escoamento e teremos trabalhado o mercado local e a vista de até determinada tonelagem de minérios, para ser comprado aqui, com deposito  feitos nos bancos locais:  http://nossosservicos1.blogspot.com.br/2014/08/a-oportunidade-de-propor-uma-nova.html

E a loja HAVAN poderá voltar a Parauapebas, agora sabendo que seu cidadãos não são apenas pessoas brancas e de olhos azuis. Poderá então ter uma nova preocupação de investimento, com empreendimento que agrida menos o meio ambiente e a sociedade local. Venderá mais, terá um custo menor.

E finalmente teremos prefeito e vereadores com a cara do povo. Trabalhadores!