Painéis
solares de silício negro chegam à fabricação industrial
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 13/09/2018
As células e os módulos fotovoltaicos de silício negro são realmente
pretos - e sem sinais de danos às delicadas nanoestruturas, mesmo saindo de uma
linha de produção industrial. [Imagem: Aalto University]
Silício negro
Brevemente os painéis solares
deixarão de ter aquela cor azulada tão típica.
Eles serão pretos, tão pretos que
a tecnologia, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Aalto, na
Finlândia, já foi chamada de "célula solar buraco negro".
E esses painéis solares não são
negros por acaso: Com uma refletância de menos de 1% da luz que incide sobre
eles, sua eficiência fica por volta dos 22%, superando os painéis solares de
silício tradicional.
A tecnologia é baseada no silício negro, um material
com potencial revolucionário, com aplicações que vão da spintrônica aos mantos de invisibilidade termais.
A cor preta vem de nanoestruturas construídas sobre o silício, que impedem que
a luz escape.
Apesar dos cantos arredondados, o substrato é silício multicristalino.
[Imagem: Aalto University]
Painéis solares de silício negro
E agora não se trata mais de uma
curiosidade de laboratório: os primeiros protótipos de painéis solares de
silício negro acabam de ser fabricados em uma linha de produção industrial,
colocando-os a um passo da comercialização.
A técnica consiste em criar
nanoagulhas no silício, gerando uma superfície opticamente perfeita que elimina
a necessidade de revestimentos antirreflexo. A produção industrial, no entanto,
não foi uma tarefa fácil. "Estávamos preocupados que uma estrutura tão
frágil não sobrevivesse à produção em massa de várias etapas, devido ao
manuseio inadequado por robôs ou na laminação dos módulos," disse a
professora Hele Savin.
Mas deu certo, e os primeiros
protótipos recebidos diretamente da fábrica não apresentaram sinais de dano
quando foram analisados no laboratório. E, melhor de tudo, eles de fato
produzem eletricidade com uma eficiência acima dos 20%.
Embora tenha saído caro fabricar
as nanoestruturas, o menor número de etapas e o melhor desempenho do produto
final prometem equilibrar os custos totais, facilitando a colocação no mercado
dos painéis solares de silício negro.