Inaugurada
Autoestrada de Dados Espaciais a laser
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 01/02/2016
Os satélites da Autoestrada de Dados a Laser ficam sempre sobre a mesma
posição da Terra. Eles recebem os dados a laser dos outros satélites e os
retransmitem para o solo. [Imagem: ESA]
Autoestrada de Dados Espaciais
Já está no espaço o primeiro
satélite da Rede Europeia de Retransmissão de Dados a Laser.
O sistema EDRS (sigla em inglês
para European Data Relay System) também está sendo chamado de
Autoestrada de Dados Espaciais.
E ele será exatamente isso: uma
forma de conexão de dados a laser que será usada entre satélites.
Hoje, os satélites de órbita
baixa, incluindo os de observação da Terra, capturam suas informações rápida e
continuamente, mas só conseguem transmitir os dados para o solo quando estão
passando sobre uma antena capacitada para recebê-los.
Isto significa que pode levar de
minutos a algumas horas para que uma imagem de um desastre natural, por
exemplo, chegue até às mãos de quem precisa das informações - a maioria dos
satélites de observação da Terra completa uma órbita a cada 90 minutos, mas tem
apenas uma janela de 10 minutos para transmitir seus dados para uma determinada
estação em terra.
O mesmo acontece com a Estação
Espacial Internacional, com aeronaves não-tripuladas e com os satélites
militares e de espionagem, que terão suas conexões com a Terra passando de
intermitente para quase-contínuo, sem depender de antenas instaladas em países
fora da Europa.
O objetivo da Autoestrada de
Dados Espaciais é criar uma conexão a laser desses satélites com um satélite
localizado em uma órbita bem mais elevada, geoestacionária, que terá sempre uma
antena no solo em seu campo de visão. Assim, os dados chegarão em terra de
forma praticamente instantânea.
Autoestrada de Dados Espaciais
O equipamento de comunicação espacial a laser é
pequeno, podendo ser facilmente incorporado em qualquer satélite. [Imagem: ESA]
Os links de comunicação espacial a laser
têm velocidade de transmissão bidirecional de 1,8 Gbit por segundo.
Os satélites que vão trocar dados
a laser podem estar a até 45.000 km de distância um do outro.
Os lasers operam com luz
não-visível, com comprimento de onda de 1.064 nanômetros, portanto já na faixa
do infravermelho.
Apesar da precisão e da
velocidade, o equipamento como um todo é pequeno, medindo 60 x 60 x 70 cm,
pesando apenas 53 kg e consumindo 160 watts de potência. Isso deverá facilitar
sua instalação em satélites comerciais e outros veículos.
Quando estiver em pleno
funcionamento, o EDRS retransmitirá até 50 terabytes de dados do espaço
diariamente para o solo.
Programa ambicioso de telecomunicações
Na parte já aprovada do projeto,
o sistema EDRS terá três satélites estrategicamente posicionados, de forma que
qualquer satélite, localizado em qualquer posição da órbita da Terra, terá
sempre em sua linha de visão um satélite da rede capaz de receber suas
transmissões por laser.
Os três satélites, por sua vez,
estarão sempre com antenas em solo em sua linha de visão, para onde
retransmitirão os dados por uma conexão normal de rádio.
O primeiro satélite da
Autoestrada Espacial, o EDRS-A, foi lançado na última sexta-feira, e deverá
começar a operar a partir do meio do ano, depois de completar os testes
iniciais. O próximo deverá ser lançado em 2018.
Segundo a Agência Espacial
Europeia (ESA), o "EDRS é um sistema único e o mais ambicioso programa de
telecomunicações já feito até hoje, criando os meios para o aparecimento de um
mercado completamente novo na comunicação comercial por satélite".
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