ExoMars parte em busca de
gases que sinalizem vida em Marte
Com
informações da BBC e ESA - 14/03/2016
A principal tarefa da ExoMars será rastrear a fonte do metano na
atmosfera do planeta. [Imagem: ESA]
ExoMars
A Europa e a Rússia lançaram uma
missão conjunta a Marte que tem entre seus objetivos descobrir se pode haver
vida no planeta.
A sonda, chamada ExoMars Trace
Gas Orbiter (TGO), foi lançada de Baikonur, no Cazaquistão.
Ela vai investigar se o gás
metano encontrado na atmosfera do planeta vem de uma fonte geológica ou se é
produzido por micróbios.
Se algum indício for encontrado,
a Europa e Rússia darão prosseguimento à missão com um veículo robótico que
poderá perfurar a superfície do planeta em busca de amostras. Essa outra missão
poderia ser lançada em 2018 ou, mais provavelmente, em 2020.
Módulo Schiaparelli
Os russos já lançaram 19 missões
para Marte, mas a maioria delas fracassaram, incluindo a esperada Fobos-Grunt, que traria uma amostra de
Marte para estudos na Terra.
Com a ExoMars já no espaço, agora
serão sete meses de viagem até Marte.
Em 16 de outubro, três dias antes
da chegada a Marte, a nave lançará um pequeno módulo de pouso chamado
Schiaparelli.
Uma vez na superfície, em 19 de
outubro, o módulo realizará algumas experiências embora o que mais interessará
aos engenheiros será verificar como o módulo vai se sair durante a entrada,
descida e pouso em Marte.
O módulo Schiaparelli vai testar uma série de
tecnologias de pouso em Marte. [Imagem: ESA]
O módulo Schiaparelli vai testar
uma série de tecnologias - radares, computadores e seus algoritmos - que serão
necessárias para colocar o veículo robótico no planeta na missão posterior.
Ele irá tirar fotos durante a
descida, mas não tem uma câmera de superfície para fotografar seu local de
pouso. O Schiaparelli fará observações ambientais até sua bateria acabar.
Metano em Marte
Depois de liberar o Schiaparelli,
a ExoMars passará a maior parte do ano se colocando em uma órbita circular a
400 km de altura acima de Marte, de onde seus equipamentos farão um
levantamento detalhado dos gases atmosféricos de Marte.
O interesse central é o metano.
Observações anteriores - feitas com satélite, telescópios na Terra e o rover
americano Curiosity na superfície do planeta - identificaram a presença
do hidrocarboneto em concentrações baixas, de apenas algumas partes por bilhão
em volume.
O simples fato de o metano estar
ali já é surpreendente. A luz ultravioleta deveria ter removido o gás da
atmosfera em questão de algumas centenas de anos, o que sugere que ele deve
estar sendo substituído de alguma forma.
Uma possível fonte ativa de
metano pode estar ligada a uma atividade geológica que ocorre abaixo da
superfície, onde água pode estar reagindo com rochas minerais para produzir
hidrogênio, que depois seria convertido em metano.
Outra hipótese é de que a fonte
tenha uma origem biológica. A maior parte de metano na atmosfera da Terra vem
de micróbios, como os presentes nos estômagos de ruminantes. Não existem vacas
em Marte, mas organismos bem
básicos poderiam estar de alguma forma agindo logo abaixo da superfície do
planeta.
As medições do TGO poderão trazer
confirmar ou rejeitar as duas hipóteses.
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