Calor
transferido por luz é 100 vezes mais forte
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 08/04/2016
Os pesquisadores criaram um aparelho do tipo MEMS para controlar com
precisão a proximidade entre os pontos de origem e de destino do calor.
[Imagem: Raphael St-Gelais et al. - 10.1038/nnano.2016.20]
Troca de calor por meio da luz
A transferência de calor pode ser
feita com uma intensidade 100 maior do que se acreditava simplesmente colocando
dois objetos muito próximos, em distâncias em nanoescala, sem que eles se
toquem.
Essa efetiva "troca de calor
através da luz", ou na forma de radiação, abre o caminho para que todos os
aparatos de manipulação da luz já existentes possam ser utilizados para a
transferência de calor - no interior dos chips, por exemplo, mas também em uma
série inumerável de outras situações.
Todos os objetos no ambiente
trocam calor com os seus arredores usando a luz. Isso inclui a luz que chega
até nós do Sol, a cor vermelha brilhante da resistência de uma torradeira ou as
câmeras de "visão noturna" que permitem a gravação de imagens termais
mesmo na escuridão completa.
Mas essa troca de calor por
radiação geralmente é muito fraca em comparação com o que pode ser obtido por
condução (colocando dois objetos em contato um com o outro) ou por convecção
(usando ar quente).
Mas não tão fraca quanto se
imaginava.
Radiação térmica
Colocando dois objetos em
diferentes temperaturas a distâncias que chegaram a apenas 42 nanômetros,
observou-se que a transferência de calor é cerca de 100 vezes mais forte do que
o previsto pelas leis da radiação térmica convencional, a chamada radiação de corpo negro.
Esses resultados se mantiveram mesmo para diferenças de temperatura entre os
dois objetos tão elevadas quanto 260° C.
"Uma implicação importante
do nosso trabalho é que a radiação térmica pode agora ser usada como um
mecanismo de transferência de calor dominante entre objetos em diferentes
temperaturas.
"Isto significa que podemos
controlar o fluxo de calor com várias das mesmas técnicas que usamos para
manipular a luz. Isto é significativo, uma vez que há um monte de coisas
interessantes que podemos fazer com a luz, como convertê-la em eletricidade
usando células fotovoltaicas," disse Raphael St-Gelais, da Universidade de
Colúmbia, nos EUA.
Colúmbia.
Bibliografia:
Near-field radiative heat transfer between parallel structures in the deep subwavelength regime
Raphael St-Gelais, Linxiao Zhu, Shanhui Fan, Michal Lipson
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/nnano.2016.20
Near-field radiative heat transfer between parallel structures in the deep subwavelength regime
Raphael St-Gelais, Linxiao Zhu, Shanhui Fan, Michal Lipson
Nature Nanotechnology
DOI: 10.1038/nnano.2016.20
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