E-derme
dá sensação de toque e dor a mão biônica
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 28/06/2018
A e-derme usa um modelo neuromórfico para traduzir os sinais eletrônicos
em estímulos nervosos. [Imagem: Luke E. Osborn et al. -
10.1126/scirobotics.aat3818]
Pele eletrônica
Engenheiros biomédicos criaram
uma nova geração de pele eletrônica capaz de restaurar um senso de
toque verdadeiro em pacientes que perderam membros e usam próteses.
"Depois de muitos anos, eu
senti minha mão, como se uma concha vazia tivesse sido enchida com vida
novamente," disse o testador anônimo que serviu como voluntário da equipe
da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
Feita de tecido e borracha e
incorporada com sensores para imitar as terminações nervosas, a e-derme
- uma derme eletrônica - recria não apenas a sensação de toque, mas também
estímulos sensoriais, como a dor, e retransmite os impulsos de volta aos nervos
periféricos.
A inspiração na biologia humana
significa que a pele eletrônica permite que o usuário sinta um espectro
contínuo de percepções táteis, desde o toque leve até estímulos nocivos ou
dolorosos.
"Nós fabricamos um sensor
que vai além das pontas dos dedos de uma mão protética e age como sua própria
pele. Ele foi inspirado no que acontece na biologia humana, com receptores para
toque e para dor.
"Isso é interessante e novo
porque agora nós podemos pegar uma mão protética que já está à venda no mercado
e dotá-la de uma e-derme que pode dizer ao usuário se ele ou ela está pegando
algo que é redondo ou se tem extremidades pontiagudas," disse o
pesquisador Luke Osborn.
Diversos tipos de sensores - por enquanto apenas nas pontas dos dedos -
são usados para imitar as terminações sensoriais naturais. [Imagem: Luke E.
Osborn et al. - 10.1126/scirobotics.aat3818]
Sensores de toque e dor
Para que a e-derme codifique
sensações eletronicamente, da mesma forma que os receptores na pele, a equipe
criou um "modelo neuromórfico" que imita os receptores de toque e dor
do sistema nervoso humano. Rastreando a atividade do cérebro através de
eletroencefalografia, ou EEG, a equipe comprovou que o voluntário estava mesmo
percebendo essas sensações em sua mão biônica.
A equipe conectou a e-derme ao
voluntário usando um método não invasivo, conhecido como estimulação nervosa
transcutânea, ou TENS. Em uma tarefa de detecção de dor, o voluntário
experimentou uma reação reflexa natural à dor ao tocar um objeto pontudo, dor
que não foi sentida ao tocar objetos redondos, por exemplo.
A e-derme ainda não é sensível à
temperatura - neste teste inicial, a equipe focou na detecção da curvatura do
objeto (para percepção do toque e da forma) e nitidez (para percepção da dor).
Além de ajudar amputados a
recuperarem a sensação, essa tecnologia poderá ser usada para tornar os
sistemas robóticos mais humanos e para dar sensibilidade às luvas e trajes
espaciais dos astronautas.
Bibliografia:
Prosthesis with neuromorphic multilayered e-dermis perceives touch and pain
Luke E. Osborn, Andrei Dragomir, Joseph L. Betthauser, Christopher L. Hunt, Harrison H. Nguyen, Rahul R. Kaliki, Nitish V. Thakor
Science Robotics
Vol.: 3, Issue 19, eaat3818
DOI: 10.1126/scirobotics.aat3818
Prosthesis with neuromorphic multilayered e-dermis perceives touch and pain
Luke E. Osborn, Andrei Dragomir, Joseph L. Betthauser, Christopher L. Hunt, Harrison H. Nguyen, Rahul R. Kaliki, Nitish V. Thakor
Science Robotics
Vol.: 3, Issue 19, eaat3818
DOI: 10.1126/scirobotics.aat3818