Entidades e governo vão debater iniciativas
para a indústria 4.0
Publicado em 03/04/2019 - 16:57
Por Pedro Peduzzi -
Repórter da Agência Brasil Brasília
Com o objetivo de criar condições para que o Brasil não fique para trás
na chamada quarta revolução industrial, conhecida como indústria 4.0,
foi lançada hoje (3) a Câmara Brasileira da Indústria 4.0. A ideia é de
debater o tema com os meios empresarial e acadêmico, para facilitar a
integração de iniciativas de fomento da indústria 4.0, a manufatura avançada e
a internet das coisas, que integra dispositivos eletrônicos usados no dia a dia
à internet. “O momento é de discutir aplicações. Em que casos investir e como
disponibilizar [recursos]. Vamos aproveitar o que temos para darmos o passo
seguinte, que é a Internet das Coisas”, disse o ministro interino do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Júlio
Semeghini, durante a cerimônia de lançamento da Câmara.
“Essa Câmara, além de focar na Indústria 4.0 nos ajudará
também a pensar o marco regulatório dos startups”, acrescentou,
referindo-se a outra iniciativa do governo, voltada a empresas
iniciantes .Segundo o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTIC,
Paulo Alvim, o objetivo final das políticas a serem elaboradas a
partir da Câmara da Indústria 4.0 é fazer com que as bases de conhecimento
sejam transformadas em riqueza para o país.“Essa Câmara é um esforço de
construção coletiva com a participação de governo e sociedade civil para
promover a transformação do país. Trata-se de uma nova etapa a ser
desenvolvida, a partir do aprendizado obtido com iniciativas
anteriores”, disse.
Crédito
Uma das nove entidades que formarão o conselho superior dessa Câmara é
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De
acordo com o presidente do banco, Joaquim Levy, o BNDES “estará
firme” na infraestrutura e na indústria 4.0. “O BNDES se junta a esse trabalho
com disponibilização de crédito. Estaremos presentes com capital físico,
financeiro e com nossos recursos humanos. São inúmeras as interligações [da
indústria 4.0] dentro da economia. Pode ajudar a agricultura, por meio de
colheitadeiras inteligentes que analisam o solo ou a meteorologia. Podem também
ajudar no transporte, na segurança, na iluminação pública, entre outros”,
argumentou.
Formação
Na avaliação do o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade
do Ministério da Economia, Carlos da Costa, falta capital humano para que o
Brasil consiga avançar na direção da quarta revolução industrial.
“Estamos muito atrás. Portanto formar profissionais é nossa prioridade”, disse.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo
Afonso Ferreira, que também integra a Câmara, a quarta revolução
industrial não pode ser para poucos. "Precisa ser permeada para toda a
sociedade. É preciso, também, um esforço sério de redução de desperdício e do tempo
de fabricação de produtos, bem como disponibilizá-la a baixo custo para todos.
Ela também demandará qualificação massiva de mão de obra e investimentos em
pesquisa, desenvolvimento e inovação”, disse o presidente da CNI.
Também integram o conselho superior, que tem caráter deliberativo,
Ministério da Economia, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
(ABDI), financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Conselho Nacional de
Pesquisa (CNPq), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) e Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Emprapii),
além de MCTIC, CNI e BNDES.
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Edição: Sabrina Craide
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