10 tendências tecnológicas
de alto impacto para 2016, segundo a Gartner
luiz.mazetto@nowdigital.com.br
Consultoria aponta conceitos que afetarão os
planos, os programas e as iniciativas das empresas a partir do próximo ano.
O Gartner
ligou sua bola de cristal e liberou previsões tecnológicas para 2016. A
consultoria listou dez tendências que possuem potencial de influenciar
significativamente as organizações em um horizonte de doze meses.
Fatores
que denotam o impacto desses conceitos incluem a elevada possibilidade de
interferência nos negócios, nos usuários finais ou na TI; a necessidade de
grande investimento; ou o risco de ser tarde demais para adotá-lo. Na visão de
analistas, essas tecnologias afetam os planos, os programas e as iniciativas
das empresas em longo prazo.
As três
primeiras apostas do Gartner abordam a fusão dos mundos físico e virtual e o
surgimento da malha digital. “Enquanto as organizações se concentram nos mercados
digitais, o negócio algorítmico está surgindo – e logo essas relações e
interligações definirão o futuro dos negócios”, afirma.
De acordo
com a consultoria, no mundo algorítmico, muitas coisas acontecem em um plano em
que as pessoas não estão diretamente envolvidas. Isso é possibilitado por
máquinas inteligentes, abordadas pelas três tendências seguintes.
As quatro
últimas tendências apresentadas se referem à nova realidade de TI, com a
arquitetura e a plataforma de tendências necessárias para apoiar os negócios
digitais e algorítmico.
1.
Malha de dispositivos - O
termo ‘malha de dispositivos’ refere-se a um extenso conjunto de pontos
utilizados para acessar aplicativos e informações ou para interagir com
pessoas, redes sociais, governos e empresas. Ele inclui dispositivos móveis,
wearables (tecnologias para vestir), aparelhos eletrônicos de consumo e
domésticos, dispositivos automotivos e ambientais – tais como os sensores da
Internet das Coisas (IoT).
"O
foco está no usuário móvel, que é cercado por uma malha de dispositivos que se
estende muito além dos meios tradicionais", diz David Cearley,
vice-presidente do Gartner. Segundo ele, embora os dispositivos estejam cada
vez mais ligados a sistemas back-end por meio de diversas redes, eles muitas
vezes operam isoladamente. Como a malha evolui, esperamos que surjam modelos de
conexão para expandir e aprimorar a interação cooperativa entre os
dispositivos.
2.
Experiência ambiente-usuário - A malha de dispositivos
estabelece a base para uma nova experiência de usuário contínua e de ambiente.
Locais imersivos, que fornecem realidade virtual e aumentada, possuem potencial
significativo, mas são apenas um aspecto da experiência. A vivência
ambiente-usuário preserva a continuidade por meio das fronteiras da malha de
dispositivos, tempo e espaço. A experiência flui regularmente em um conjunto de
dispositivos de deslocamento e canais de interação, misturando ambiente físico,
virtual e eletrônico, ao passo que o usuário se move de um lugar para outro.
"Projetar
aplicativos móveis continua sendo um importante foco estratégico para a
empresa. No entanto, o projeto objetiva fornecer uma experiência que flui e
explora diferentes dispositivos, incluindo sensores da Internet das Coisas e
objetos comuns, como automóveis, ou mesmo fábricas. Projetar essas experiências
avançadas será um grande diferencial para fabricantes independentes de software
(ISVs) e empresas similares até 2018", afirma Cearley.
3.
Impressão 3D - Os
investimentos em impressão 3D (três dimensões) já possibilitaram o uso de uma
ampla gama de materiais, incluindo ligas avançadas de níquel, fibra de carbono,
vidro, tinta condutora, eletrônicos, materiais farmacêuticos e biológicos.
Essas inovações estão impulsionando a demanda do usuário, e as aplicações práticas
estão se expandindo para mais setores, incluindo o aeroespacial, médico, automotivo,
de energia e militar. A crescente oferta de materiais conduzirá a uma taxa de
crescimento anual de 64,1% em carregamentos de impressoras 3D empresariais até
2019. Esses avanços exigirão uma reformulação nos processos de linha de
montagem e na cadeia de suprimentos.
"Ao
longo dos próximos 20 anos, a impressão 3D terá uma expansão constante dos
materiais que podem ser impressos, além do aprimoramento da velocidade com que
os itens podem ser copiados e do surgimento de novos modelos para imprimir e
montar peças", estima o analista.
4.
Informação de tudo - Tudo
na malha digital produz, utiliza e transmite informação. Esses dados vão além
da informação textual, de áudio e de vídeo, incluindo informações sensoriais e
contextuais. O termo ‘informação de tudo’ aborda essa afluência com estratégias
e tecnologias para conectar dados de todas essas diferentes fontes.
A
informação sempre existiu em toda parte, mas muitas vezes isolada, incompleta,
indisponível ou ininteligível. Os avanços nas ferramentas semânticas, como
bancos de dados de gráfico e outras técnicas de análise de classificação e de
informação emergente, trarão significado para o dilúvio, muitas vezes caótico,
de informações.
5.
Aprendizagem avançada de máquina - No aprendizado avançado de
máquina, as Redes Neurais Profundas (DNN) movem-se além da computação clássica
e da gestão da informação, criando sistemas que podem aprender a perceber o mundo
de forma autônoma.
As
múltiplas fontes de dados e a complexidade da informação tornam inviáveis e não
rentáveis a classificação e a análise manual. As DNNs automatizam essas tarefas
e possibilitam a abordagem de desafios-chave relacionados a tendências.
As DNNs
são uma forma avançada de aprendizado de máquina particularmente aplicável a
conjuntos de dados grandes e complexos, e fazem equipamentos inteligentes
aparentarem ser ‘inteligentes’. Elas permitem que sistemas de hardware ou baseados
em software aprendam por si mesmos todos os recursos em seu ambiente, desde os
menores detalhes até grandes classes abstratas de conteúdo de varredura.
Essa área
está evoluindo rapidamente, e as organizações devem avaliar como aplicar essas
tecnologias para obter vantagem competitiva.
6.
Agentes e equipamentos autônomos - O aprendizado de máquina
dá origem a um espectro de implementações de equipamentos inteligentes –
incluindo robôs, veículos, Assistentes Pessoais Virtuais (APV) e assessores
inteligentes –, que atuam de forma autônoma ou, pelo menos, semiautônoma.
Embora os avanços em máquinas inteligentes físicas, como robôs, chamem a
atenção, elas, quando baseadas em software apresentam um retorno mais rápido e
impacto mais amplo.
Assistentes
Pessoais Virtuais como o Google Now, o Cortana da Microsoft e o Siri da Apple
estão se tornando mais inteligentes e são precursores de agentes autônomos. O
surgimento da noção de assistência alimenta a experiência usuário-ambiente, no
qual um agente autônomo se torna a interface com o usuário principal. Em vez de
interagir com menus, formulários e botões em um smartphone, o indivíduo fala
com um aplicativo, que é realmente um agente inteligente.
"Ao
longo dos próximos cinco anos evoluiremos para um mundo pós-aplicativos, com
agentes inteligentes fornecendo ações e interfaces dinâmicas e contextuais. Os
líderes de TI devem explorar como usar equipamentos e agentes autônomos para
aumentar a atividade, permitindo que as pessoas façam apenas os trabalhos que humanos
podem fazer. No entanto, eles devem reconhecer que agentes e equipamentos
inteligentes são um fenômeno de longo prazo, que evoluirá continuamente e expandirá
seus usos nos próximos 20 anos", projeta o vice-presidente do Gartner.
7.
Arquitetura de segurança adaptativa - As complexidades dos negócios
digitais e a economia algorítmica, combinadas com uma ‘indústria hacker’
emergente, aumentam significativamente a superfície de ameaça às organizações.
Basear-se no perímetro de defesa fundamentado em regras é pouco, especialmente
pelo fato de que as empresas exploram muitos serviços baseados em nuvem e
Interfaces de Programação de Aplicação (API) abertas para clientes e parceiros
de integração com seus sistemas.
Os líderes
de TI devem concentrar-se em detectar e responder às ameaças, assim como no
bloqueio mais tradicional e em outras medidas para prevenir ataques. A autoproteção
de aplicativos e a análise de comportamento de usuários e entidades ajudarão a
cumprir a arquitetura de segurança adaptativa.
8.
Arquitetura de sistema avançado - A malha digital e as
máquinas inteligentes requerem demandas intensas de arquitetura de computação
para torná-las viáveis para as organizações. Isso aciona um impulso em
arquitetura neuromórfica ultraeficiente e de alta potência. Alimentada por matrizes
de Portas Programáveis em Campo (FPGA) como tecnologia subjacente, ela
possibilita ganhos significativos, como a execução em velocidades de mais de um
teraflop com alta eficiência energética.
"Sistemas
construídos em Unidades de Processamento Gráfico (GPU) e FPGAs funcionarão como
cérebros humanos, particularmente adequados para serem aplicados à aprendizagem
profunda e a outros algoritmos de correspondência de padrão usados pelas
máquinas inteligentes. A arquitetura baseada em FPGA possibilitará uma maior
distribuição de algoritmos em formatos menores, usando consideravelmente menos
energia elétrica na malha de dispositivo e permitindo que as capacidades
avançadas de aprendizado da máquina sejam proliferadas nos mais ínfimos pontos
finais da Internet das Coisas, tais como residências, carros, relógios de pulso
e até mesmo seres humanos", afirma Cearley.
9.
Aplicativo de rede e arquitetura de serviço - Designs monolíticos de
aplicação linear, como arquitetura de três camadas, estão dando lugar a uma
abordagem integrativa de acoplamento mais informal: aplicativos e serviços de
arquitetura. Ativada por serviços de aplicativos definidos por software, essa
nova abordagem permite desempenho, flexibilidade e agilidade como as da web.
A
arquitetura de microsserviços é um padrão emergente para a criação de
aplicações distribuídas, que suportam o fornecimento ágil e a implantação
escalável tanto no local quanto na cloud. Contêineres estão emergindo como uma
tecnologia essencial para permitir o desenvolvimento e a arquitetura de
microsserviços ágeis. Levar elementos móveis e de IoT para a arquitetura de
aplicativos cria um modelo abrangente para lidar com a escalabilidade em nuvem
de back-end e a experiência de malha de dispositivos de front-end.
Equipes de
aplicativos devem criar arquiteturas modernas para fornecer utilitários
baseados em nuvem que sejam ágeis, flexíveis e dinâmicos, com experiências de
usuário também ágeis, flexíveis e dinâmicas abrangendo a malha digital.
10.
Plataformas de Internet das Coisas (IoT) - As plataformas de IoT
complementam o aplicativo de rede e a arquitetura de serviço. Gerenciamento,
segurança, integração e outras tecnologias e padrões da plataforma são um
conjunto básico de competências para elementos de criação, gestão e fixação na
Internet das Coisas.
Essas
plataformas constituem o trabalho que a equipe de TI faz nos bastidores, de um
ponto de vista arquitetônico e tecnológico, para tornar a IoT uma realidade. A
Internet das Coisas é parte da malha digital, que inclui a experiência do
usuário, e o ambiente do mundo emergente e dinâmico das plataformas é o que a
torna possível.
"Qualquer
empresa que adote a IoT precisará desenvolver uma estratégia de plataforma,
porém abordagens incompletas de provedores concorrentes dificultarão sua
implementação até 2018", projeta Cearley.
Nenhum comentário:
Postar um comentário